Bandeira vermelha impulsiona energia solar por assinatura

Bandeira vermelha impulsiona energia solar por assinatura
Bandeira vermelha impulsiona energia solar por assinatura

Em junho a tarifa de energia elétrica voltou a ter acréscimo com o acionamento da bandeira vermelha nível 1. O adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos já pressiona o orçamento de famílias e pequenos empreendimentos — especialmente em setores de alta demanda energética, como alimentação, estética e serviços em geral.

Com a alta, soluções alternativas passaram a ser mais procuradas. Segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), publicada em dezembro de 2022, 14% dos pequenos negócios já haviam adotado energia solar, enquanto mais de 60% demonstravam interesse na migração. As principais barreiras apontadas foram o alto custo inicial, a exigência de espaço físico e a necessidade de manutenção dos sistemas.

Desde então, o setor tem avançado. De acordo com a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), o Brasil ultrapassou em junho de 2025 a marca de 40,6 GW de potência instalada em geração distribuída, beneficiando mais de 5 milhões de brasileiros. A projeção é de 730 mil novas conexões ainda neste ano, o que representa um crescimento de 25% na capacidade instalada e pode movimentar R$ 33 bilhões em investimentos, com geração estimada de 242 mil empregos diretos e indiretos.

Regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o modelo por assinatura conecta o consumidor a uma usina solar parceira, que injeta energia limpa na rede pública. Os créditos gerados são automaticamente convertidos em abatimento na fatura, sem necessidade de obras, painéis ou investimento inicial.

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“Energia solar não pode ser privilégio dos grandes. Nosso modelo nasceu para resolver isso, permitir que pequenos empreendedores economizem sem investir, sem obras e com segurança”, afirma Pedro Melo, CEO da Performa Energy, empresa que atua nesse mercado e atende empreendedores em mais de 170 cidades no Brasil.

A empresária Luciana Salgado, proprietária do Empório da Cutica, em Dores do Turvo (MG), aderiu à solução como forma de reduzir os custos do negócio.

“Aqui, tenho freezer, geladeira, masseira, fritadeira e três fornos — todos funcionando o tempo todo. Antes da Performa Energy, minha conta girava em torno de R$ 2.200 por mês, às vezes até mais. Agora, economizo quase R$ 500. Com essa economia, consegui até adquirir um novo equipamento de autosserviço. Foi uma boa ideia, uma parceria que deu certo”, afirma Luciana.

Com o avanço das tarifas e o aumento da demanda por soluções sustentáveis, especialistas projetam expansão acelerada do modelo por assinatura até 2030. A energia solar já representa uma alternativa concreta para negócios que desejam reduzir custos e alinhar-se aos novos valores do consumidor brasileiro.