O mercado de moda Plus Size no Brasil movimentará R$ 15 bilhões em 2027, de acordo com um levantamento realizado pela ABPS (Associação Brasil Plus Size). Segundo o relatório, o segmento cresceu 75% no país nos últimos 10 anos – o mesmo estudo apontou um faturamento de R$ 9,6 bilhões do segmento em 2021.
Nathalia Cercós Aguirre, CEO da Naguirre Shop, avalia que o crescimento do mercado plus size no Brasil acontece devido à necessidade de uma moda inclusiva, abrangente a públicos que vivem à margem das ditas normas de beleza convencionais.
“As mídias sociais e os movimentos de positividade desempenharam um papel muito importante para dar voz à diversidade, influenciando a mudança de paradigmas na indústria de moda”, explica Aguirre.
“Essa combinação de fatores trouxe relevância para pessoas que não se enquadram nos padrões convencionais e ditados pela maioria das fast-fashions”, complementa a empresária. De acordo com pesquisa realizada pela MindMiners no Brasil, 61% das pessoas obesas sentem dificuldade para encontrar roupas do seu tamanho nas lojas mais populares.
Para Aguirre, as empresas de vestuário aos poucos responderam às necessidades do mercado, trazendo em suas linhas tamanhos e estilos para atender um público mais diversificado e com muito poder de compra.
Moda inclusiva e autoestima
Aguirre também reforça que a moda plus size oferece mais do que simplesmente roupas, é um veículo de expressão pessoal e autoaceitação. “Ao proporcionar uma gama diversificada de opções de vestuário, a moda plus size permite que as consumidoras se sintam representadas, confiantes e confortáveis em sua própria pele”, afirma.
Uma pesquisa, publicada na edição de setembro da revista Body Image, entrevistou participantes de 65 países e revelou que a aceitação do próprio corpo está diretamente ligada ao bem-estar psicológico e à satisfação com a vida. O Brasil ficou na 56ª posição do ranking de apreciação corporal.
O estudo global “What Women Want” revelou que 64% dos brasileiros entrevistados acreditam que as marcas de moda são as que mais ajudam na construção da autoestima. Aguirre explica que o crescimento do segmento no Brasil reflete também um avanço social e cultural. “Isso não só reforça a autoestima, mas também desafia os estigmas associados aos corpos fora do padrão, promovendo uma cultura de aceitação e inclusão”.
A empresária acredita que a moda plus size desempenha um papel fundamental no ‘empoderamento’ e inclusão “À medida que continuamos a quebrar barreiras e a celebrar a diversidade, estabelecemos um caminho para uma indústria mais diversa e representativa”, defende Aguirre.
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